De Quanta terra necessita um homem...

Abaixo, resenha do jornalista Carlos Ely, do nosso "blog-irmão" Nona Arte, sobre o livro "Cuánta tierra necesita un hombre", conto de León Tólstoi.
O escritor russo León Tolstoi é mundialmente reconhecido por seus romances “Guerra e Paz” e “Anna Karenina”, que o elevaram ao Panteão dos maiores nomes da literatura universal. O que a maioria das pessoas desconhece é que, além dos romances, Tolstoi também era um autor de contos geniais... Sua visão critica sobre o ser humano o levou a abordar em curtas histórias temas como a ambição, o conflito de classes, a guerra, o sentido da vida, entre outros assuntos de caráter filosófico.

Um dos contos mais celebrados de Tolstoi é “De Quanta Terra Necessita um Homem”. O texto chegou a ser saudado por ninguém menos que James Joyce, como “uma das melhores histórias jamais escritas”. O artista espanhol Miguel Ángel Díez partiu deste conto de Tolstoi para criar uma excelente novela gráfica lançada no ano passado, na Espanha (o livro ainda não foi editado no Brasil). "Cuánta tierra necesita un hombre" é, nas palavras do próprio autor, uma adaptação livre do conto do escritor russo. Além dele, Miguel Angel insere em seu livro outras sete histórias do autor: “A menina virou um rato”, “Os fios invisíveis”, “Uma menina havia colhido uma cigarra”, “Um mujik que havia perdido seu dinheiro”, “Uns pescadores iam em seu barco”, “O Czar e a Camisa” e “O lobo”.

Foi exatamente a liberdade de criar a partir dos elementos indicados na obra de Tolstoi que permitiu a Miguel Angel produzir uma das melhores adaptações literárias que o Nona Arte já teve a oportunidade de avaliar.
“Se eu tivesse muita terra, não temeria nem mesmo o próprio diabo”. O pensamento do camponês Pakhóm, protagonista do conto, é o ponto de partida para Miguel Angel que vai tecendo, de mãos dadas com Tolstoi, uma narrativa repleta de significados. O artista espanhol tem um traço simples, que remete às ilustrações de livros infantis (Miguel Angel é, de fato, um ilustrador com vários livros publicados na Espanha), mas extremamente eficiente. Seu domínio sobre a técnica da narrativa gráfica e, principalmente, na construção do roteiro, é excelente.

Não deixe de conferir uma versão em português do conto de Tolstoi. Não é uma boa tradução, mas é uma oportunidade para conferir o texto do genial escritor russo.

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