Obra organiza literatura especializada sobre Educomunicação


Analisar as necessidades do ensino médio, bem como as possíveis contribuições dos profissionais da Educomunicação para a sua melhoria, com foco voltado, sobretudo, para o trabalho desenvolvido pelas escolas públicas. Estas são as principais metas do livro Educomunicação: o conceito, o profissional, a aplicação - contribuições para a reforma do Ensino Médio, de Ismar de Oliveira Soares, lançado recentemente, pela Editora Paulinas.
Outra meta é contribuir com algumas respostas aos desafios enfrentados pelo governo federal para melhorar o ensino médio

"Trata-se de um conjunto de reflexões sobre ações e projetos que podem vir a ser desenvolvidos pela Educomunicação em resposta aos desafios impostos pela reforma do ensino médio proposta pelo Ministério da Educação", explica o autor, que é professor e chefe do Departamento de Comunicações e Artes (CCA) da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) e um dos criadores da Licenciatura em Educomunicação, novo curso de graduação cuja primeira turma começou a ter aulas em fevereiro deste ano. "Mas o principal objetivo da obra é contribuir para a organização e sedimentação da literatura especializada sobre a área, passo fundamental no processo de implementação do nosso curso."
No mesmo período, também foi lançada a obra Educomunicação: construindo uma nova área de conhecimento,organizada por Adilson Odair Citelli e Maria Cristina Castilho Costa, ambos também professores do CCA. Segundo Soares, as duas obras marcam o início de uma série. "Nosso próximo livro será dedicado às experiências da Educomunicação no ensino fundamental, com relatos de experiências e análise de casos, além da apresentação de possibilidades de trabalho voltadas para a melhoria dos processos educativos e comunicacionais."
Segundo o docente, a atuação do educomunicador no ensino básico se estrutura a partir da criação de projetos capazes de estimular a construção do conhecimento como um processo coletivo, feito por professores e alunos. "Partimos, portanto, de um princípio simples, mas eficaz, elaborado por Paulo Freire, de que é preciso conhecer o contexto dos alunos para, depois, construir o conhecimento escolar junto com eles, por meio de elementos que estejam presentes em seu cotidiano."
O reconhecimento da importância da Educomunicação enquanto área de atuação profissional e campo de novos estudos tem crescido, processo que gerou, inclusive, a criação de leis sobre a temática, como a Educom, de 2004, do município de São Paulo, que prevê o desenvolvimento de projetos na área. Além disso, o programa "Mais Educação", do Ministério da Educação, elegeu a Educomunicação como um dos macrocampos do projeto Ensino Médio Inovador, o qual tem como meta tornar a educação um conjunto de experiências mais significativo para as novas gerações.
"A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que é de 1996, prevê a valorização da comunicação enquanto parte do processo educativo ou de aprendizagem", lembra. "E não se trata da confusão que muitos têm feito entre comunicação e informática, pois, enquanto esta contribui com importantes soluções tecnológicas para o campo educativo, a comunicação está no centro da construção do conhecimento."
Oliveira ressalta, ainda, o caráter interdisciplinar do educomunicador. "Este profissional é, ao mesmo tempo, docente, consultor e pesquisador, perfil que beneficia as instituições escolares e outras organizações que trabalham com o ensino e a construção do conhecimento."
Entre as recomendações de Ismar voltadas à melhoria da qualidade do ensino médio estão a capacitação de cerca de 13 milhões de professores para o desenvolvimento de projetos na área de Educomunicação e a ampliação de determinados programas, como o Mídia Educação, que hoje atende apenas 100 mil educadores. "Além disso, as escolas técnicas formam um nicho do ensino médio que merece atenção especial, pois elas permitem o desenvolvimento de um ensino transdisciplinar, focado na formação profissional e entrada no mercado de trabalho, o que é muito positivo", diz. "Por isso mesmo, é necessário um reforço nos processos que tenham como meta a ampliação da humanização da formação oferecida por este tipo de ensino, o que pode ser benéfico para toda a sociedade."
Fonte: Escola de Comunicação e Artes da USP/ por André Chaves de Melo 

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