O futuro da comunicação digital: consumidores cada vez mais ávidos por informação


Jovens
Produção de conteúdos transmidiáticos, comunicação mobile e veiculação de publicidade nas redes sociais são estratégias cada vez mais presentes na pauta dos comunicadores que estão de olho nos consumidores multitarefas. O perfil dessa nova geração de usuários que navegam na web enquanto assistem na televisão ao seu programa favorito ao mesmo tempo em que conversam com amigos no Facebook foi tema do 'Debate Digital 2013'. O estudo foi realizado pela empresa de consultoria KPMG na Alemanha, Austrália, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, Reino Unido, Singapura e Brasil.

Com o crescimento exponencial de plataformas on-line e a ampliação do acesso graças aos aparelhos móveis, cresceu também um insaciável apetite pelo consumo de informação e conteúdo. Consequentemente, os usuários tornaram-se mais exigentes quanto à urgência de publicação de novas notícias.

Para Paul Wissmann, responsável pela área de Mídia e Telecomunicações da KPMG nos EUA, a distribuição de canais digitais está transformando também o modus operandi do mercado de comunicação, em que seus atores terão que reavaliar como estão suprindo as necessidades de seus clientes. Nessa adaptação, o tópico 'propriedade de conteúdo' também deverá estar na agenda das organizações. "Companhias de mídias tradicionais devem repensar seus negócios ou vão falir", decretou o executivo em nota.

Os pesquisadores concluíram que os novos consumidores podem acelerar as transformações digitais. Se há vinte anos, crianças se divertiam com brinquedos de plástico ou produzidos artesanalmente, nos últimos anos os jovens têm se entretido com seus brilhantes iPads e iPhones. Nesse cenário, a ampla variedade de aplicativos é a porta de entrada para o consumo de conteúdo digital.

"As mudanças do mundo digital tiveram um impacto enorme sobre como nós costumamos consumir publicações, músicas e jornais. Estamos no início do processo de transição para a disponibilidade digital em qualquer lugar em todos os setores da mídia", afirmou Manuel Fernandes, líder do segmento de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil.
Os consumidores multitarefas

Não estamos apenas substituindo canais tradicionais por meios digitais, diz o estudo. Pelo contrário, a 'segunda tela' já está arraigada em nossos hábitos. O cenário: o espectador está em casa torcendo por seu time de futebol e, ao mesmo tempo, discutindo lances duvidosos com outros amigos nas redes sociais. Nos Jogos Olímpicos de Londres, realizado em 2012, esse público multitarefas ficou conhecido como 'Digital Olympics'. O sucesso de perfis como o L2012 Pool Camera, que fazia a cobertura em tempo real das competições aquáticas, mostra que os organizadores estavam atentos à essa tendência.

No Brasil, 57% dos entrevistados disseram que assistem à televisão e navegam na web por meio de um PC ou laptop; 39% disseram ter o hábito de ouvir rádio ao usar a internet. Os brasileiros ainda preferem ver TV em aparelhos convencionais, mas estão atentos à publicidade digital, sendo que 62% deles aceitariam receber anúncios em seus smartphones se houvesse como contrapartida o oferecimento de conteúdo gratuito.

Nesse contexto em que fazemos tudo ao mesmo tempo e agora, além do crescimento da concorrência, os publicitários terão mais um desafio: conseguir prender a atenção de seus clientes. Para Paul Wissmann, o caminho é produzir ações integradas para serem veiculadas simultaneamente em diferentes plataformas. "Campanhas menores e mais impactantes vão prevalecer nas redes. Será necessário arriscar para aprender com os erros", disse.

Os analistas da KPMG listaram alguns pontos que podem ser trabalhados na preparação para enfrentar essa onda de transformações. A importância de compreender o comportamento do público-alvo é um deles. Pode parecer óbvio, mas junto à diversidade de canais, desenvolveu-se também a pluralidade de perfis de clientes. Conhecê-los e tratá-los de forma customizada traz mais benefícios do que nivelá-los por baixo.

O novo mundo digital é um caminho sem volta. Mesmo que a TV ainda seja o meio mais popular entre os consumidores - conforme apontou o relatório - emissoras de televisão devem continuar reservando uma fatia crescente de seus orçamentos para os canais on-line, a fim de garantir suas audiências e engajar os públicos multitarefas.
Fonte: Nós da Comunicação/ André Bürger 12/03/2013

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